quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Aprendiz acabou. Moral da história...

Alguns estão dizendo "graças a Deus que acabou", inclusive eu... Mas você me pergunta "como assim, você não estava assistindo?". E eu te respondo que estava. Mas confesso que esperava o fim para que a equipe da rede pudesse contratar uma consultoria, quem sabe do Sr. Walter Longo, para apontar todos os erros horríveis de condução do programa cometidos pelo trio de arbitragem.

Vamos por parte. Ganhou o menos mal. Samara foi a melhor daquele famigerado grupo. Não podia esperar muito também, são apenas estudantes em início de carreira, e Samara dificilmente vai fazer jus ao alto salário que receberá durante os próximos 12 meses, e ainda causará insatisfação por parte de seus companheiros, profissionais do ramo cuja maioria recebe menos de 1/3 do seu salário, mas que sabem o que fazer lá na linha de frente. Samara vai enfrentar a dificuldade de liderar sem saber ser líder, de ser medida por seu time em todas as atividades, cujos erros não serão tolerados devido a sua alta valorização. Lidera bem quem oferece segurança, e não o inexperiente. Colocar um inexperiente, com sina de estrela de TV e que ainda não é do ramo é seguir rumo ao fiasco e queimar o profissional. Samara vai aprender do jeito mais difícil como é a dura vida de um líder e seus conflitos reais. E a empresa ainda vai pagar por isso...

O segundo colocado foi a maior piada que eu já vi. Rodrigo teve muita vontade de ganhar o milhão e nada mais. Não serviria nem para ser encarregado de depósito de nosso supermercado. Na prova em que teria que voltar da Itália para o Brasil contou com a imensa sorte de encontrar um homem rico que teve piedade e financiou o seu retorno, senão ele estaria lá até agora. Não sabe trabalhar com adversidades, e quando traça um modo de fazer não muda nem por motivo de sobrevivência. Rodrigo tem excesso de confiança, o que mostra sua imensa imaturidade, pois rebate toda e qualquer crítica afirmando ter obtido sucesso, mesmo diante de um fiasco claro como essa prova do rally, sem público nenhum para prestigiar o evento e promover a marca Fiat. Rodrigo foi medíocre... pena que Doria Jr usou tão pouco essa palavra quando se dirigia a ele.

Rodrigo só chegou à final porque numa escala de 0 a 10, onde todos os demais participantes ficariam com nota 2, ele conquistou a nota 3 no meu conceito.

Os demais participantes, na última mesa onde Doria Jr perguntou a cada um quem deveria ser o vencedor do programa, votaram em peso no Rodrigo Solano, mostrando que não fazem a menor idéia de que um bom líder é aquele que chega aos objetivos propostos, e não aquele que dá apenas tapinha nas costas.

Dória Jr e seus conselheiros foram a maior prova de que devemos confiar em nós mesmos e no nosso potencial profissional. A mídia pinta grandes empresários e pessoas de sucesso no mundo corporativo como seres diferenciados e quase inatingíveis, com viagens internacionais, carrão, roupas bacanas, fotos nas revistas, entrevistas em programas, etc. Mas na prática, são iguais a qualquer um. Cometem erros grosseiros de pré-julgamento, análise tendenciosa e valores questionáveis. Eles erram, e não erram pouco. Eles agem com grosseria, autoritarismo rude e palavras ofensivas. Eles apontam o erro mas não apresentam a solução. Eles avaliam ser estar completamente preparados para avaliar. Eles não contribuem para o aprendizado e para o desenvolvimento dos principiantes, a não ser com aquele festival de chavões que Doria Jr usou durante todo o último programa. Compra-se um livrinho de R$ 5,00 com todas aquelas frases em qualquer livrariazinha de sua cidade.

Cristiana Arcangeli cometeu a maior gafe na final ao questionar a Samara do por quê não divulgou o evento na internet, sendo que até o candidato concorrente viu sua divulgação e inclusive copiou algumas idéias, como aquela de não cobrar pela entrada do público no evento. E Cristiana sustentou sua crítica dizendo que não viu nenhuma divulgação. Mas nem Doria Jr e nem David Barioni a corrigiram ao vivo, demonstrando completa falta de humildade, transparência e respeito aos 20 milhões de telespectadores que certamente se horrorizaram com tamanha injustiça. Cristiana não se preparou suficientemente para fazer o que se propôs, que era avaliar os candidatos para ajudar nas decisões do apresentador, e com isso quase prejudicou um dos participantes.

Poderia escrever muito, vi coisas alí que me surpreenderam, principalmente do experiente trio de comando, do qual eu esperava muito mais após a leitura dos currículos.

É por isso que eu fecho esse singelo post com o seguinte conselho: nunca se subestime nem se sinta intimidado pela capacidade dos demais ao seu lado. Como disse Pam no primeiro dia do programa: "Não sou um homem especial. Sou normal como qualquer um". Ninguém é tão surpreendente para não ser suscetível às mesmas fraquezas que você porventura tenha como qualquer ser humano convencional.

7 comentários:

  1. Ai Adriano, esse programa foi mesmo um fiasco. Espero que a próxima edicäo seja melhor, e que demitam João Dória, porque ele foi péssimo.
    Realmente aquelas mensagens dele são encontradas em qualquer livrinho barato de auto-ajuda, nem desprezo os livros de auto-ajuda, mas sim os baratos.
    Os aprendizes eram fracos também, nem parecia a turma do primeiro programa, que com certeza tinha um nível bem melhor.
    Bom, estou vendo o programa de ontem agora, ainda no comecinho, e só vi todo para ver até onde o fiasco ia.

    Vamos aguardar o próximo, pelo menos rende posts´.

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  2. Olá,Adriano!
    Que bom poder ler seu comentário seu artigo sobre o final do programa.De fato,não acompanhei por inteiro,mas assisti algumas vezes e seu texto anterior veio respaldar o que eu pensava.
    É isso,aí,querido!Se formos analisar sob a ótica do programa,foi uma forma de aprender a confiarmos mais em nosso potencial.Concordo com vc.
    Beijos!

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  3. o programa foi ruim.. mas de longe, muito longe, bem melhor que qualquer edição do BBB... esse sim, nada acrescenta...

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  6. Oi Adriano Berger tudo bem,

    Concordo com você no que foi dito a respeito da avaliação sobre a liderança dos dois finalistas. É mais fácil apoiar um "líder" que não faz com que você saia da sua zona de conforto (pela falta de experiência dos participantes). As empresas necessitam de pessoas que saibam trabalhar em equipe. Isso quer dizer que necessariamente nem sempre trabalhem junto, mas que foram selecionados devidos os seus talentos para alcançar o objetivo naquela atividade.

    Eu como formando de administração de empresas se participasse desse programa a primeira coisa que faria era estudar os patrocinadores do programa, pois, as atividades que serão propostas são ligadas a eles. Comportamento que deveria ser feito a partir do momento que é selecionado e ao iniciar o programa pedir para que os participantes façam o mesmo nos tempos livres (ócio criativo) escolhendo uma ou duas companhias por integrante para quando for desempenhar atividade terá mais de uma pessoa com conhecimento do cliente, fazendo assim uma reunião de melhor qualidade. Segundo estudar os programas anteriores, pois, a atividade Rally com a Fiat já foi utilizada no Aprendiz 6, como também uso da viagem que também o ocorreu no programa anterior.

    E por último unir a equipe para que "esqueça" o prêmio no início e concentre-se nas provas, pois, na carreira não terão um incentivo como esse. Vencendo as provas não será necessário enfrentar a salas de reuniões tão cedo. Assim eliminaríamos integrantes da equipe adversária. Formando uma equipe mais coesa e focada.

    Abraços,

    Gilberto Jamelli

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  7. Olá Adriano,
    Não assisti o programa, mas li sua análise com atenção para me inteirar do assunto. Enfim, a bem da verdade, você mesmo tem a melhor conclusão possível: "nunca se subestime nem se sinta intimidado pela capacidade dos demais ao seu lado." É isso, todos somos humanos e pagamos tributo à nossa própria humanidade.
    Beijo grande.

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